Vamos dançar?

Ultimamente um fenômeno estranho cresce nas noites cariocas.Algumas mulheres desaprenderam a dançar junto. O simples ato de dois-pra-lá e dois-pra-cá desapareceu do repertório e transformou, o que antes era diversão, num martírio. A sensualidade, a beleza dos movimentos deu lugar há uma briga de facas, onde a mulher se trava por completo desconfiando das “reais” intenções do parceiro. Do outro lado, homens regredindo ao estado Neaderthal querendo possuir suas fêmeas a qualquer custo.
A arte da sedução se perdeu na noite. As pessoas se chocam como no filme Crash e em seguida partem para outro conflito. Vocês conseguem pensar em algo mais tosco do que do que uma Micareta? Alguém te mostrando como se deve dançar com passinhos ridículos e se você for mulher, correr um sério risco de acabar sendo atacada por dez caras.
Dançar não está na complexidade ou na velocidade dos movimentos e nem na tentativa de consumar a parceira em pé, na frente de todos. É se deixar balançar ao sabor do ritmo, sem muitas preocupações ou intenções. Tem uma frase na entrada da Estudantina que resume esse sentimento: Enquanto houver dança ainda há esperança”, e eu acredito nisso.